Páginas

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Subsídios para uma pesquisa de campo (Villa de Santo Antonio de Sá)

         Memórias de um viajante desconhecido

( transcrição fidedigna )   parte 1



                             visão panorâmica da Baia de Guanabara -1889

A hora e meia da tarde de 8 de julho de 1854 , embarcamos na Prainha, em uma espécie de barco, a que chamão canôa bordada,  embarcação própria para conduzir, por água no interior, volumes pesados, e facilitar assim o commercio dos lugares afastados da capital do Império, e animar de algm modo a agricultura, ao decahída ultimamente, pela falta de braços,  que a vigore e fortifique.
A princípio, nada ocorreu digno de notar-se, à exceção de encalhar a embarcação, que nos conduzia, ás seis horas da tarde, ao chegarmos á entrada do rio Sampaio ou Macacú ; isto por falta de maré, o que acontece muitas vezes, até com o vapor, que para ali viaja.
Resignando-nos á actualidade, ouvindo o grosnar dos pássaros aquáticos, que procuram repouso, á noite nos verdes e vstos mangues dos páos vizinhos, ali estivemos até uma hora da manhãa seguinte, em que enchendo a maré, subimos á vara até Villa Nova, onde quizemos descansar por alguns momentos ; bem que ahi os racionaes estivessem entregues ao fabuloso  Nume  Morphêu, , do qual todos necessitão, mas poucos venerão.

Seguimos para o Porto, denominado – Sampaio -, estabelecimento, que, seja dito de passagem, consta que tem rendido a seu proprietário  bons contos de réis, mas o serviço do Hôtel é muito mal feito, e muito caro.
com JoãodoApex
 
Tomámos ahi um carro, (nós e o companheiro),fazendo seguir a família na embarcação que nos conduzia, e fomos ao Porto das Caixas, lugar commerciante e opulento do município de Itaborahy, onde, tomando cavallos nos dirigimos ao lugar denominado Tabella, beira rio, onde ajustamos encontrar os que ião embarcados; passando pelo aterro do Tipotá, e pela Villa de Macacu, de antiga fama, e onde existio out’rora um bello convento, que hoje, não sabemos porque máo fado, existe em ruínas, sem que haja uma mão poderosa que  repare e conserve essas obras de antiguidade, e que ainda attestem  no porvir, o esplendor do culto, e das ordens monásticas.
 
                                                                    imagens 1918

Já que falamos em Tabella, alguma cousa diremos a seu respeito, para  intelligencia dos benignos leitores.

O lugar de que se trata é uma taberna, á margem esquerda do rio Macacu, na conflluencia do Guapy.

Consta que out’rora  ahi houvera um registo ou tabella, onde pagavão direitos de portagem as balças de madeira e outros objectos que descião pelos sobreditos rios. Quaes as leis, que isso  determinavão, nem o tempo que vigorou a mencionada tabella, não nos souberão informar.
                                                                              1912

Embarcamos ahi, as três horas da tarde, do dia 9, e seguimos pelo Guapy, , ainda impelido pelo barco á vara,  por esta enorme serpente , enrocada sore varias gramíneas, que occupão grandes terrenos improductivos, por serem paludosas, e se transformarem em largos mares, no tempo das águas.

Quantos terrenos perdidos !! Porém quantos territórios desaproveitados, por falta de braços !!

Extinguio-se a introducção de Africanos ...

Mas, qual o meio, que se tem procurado para os substituir ?! Muitos bons desejos há sobre a propriedade do Brasil !!!! ...

 
Chegámos, as dez e meia da noite, a Pirassununga. Pernoitamos em casa de um Sr. Domingues; e, em nossa chegada um  dos companheiros, o Sr. Silva Ferreira, quasi septuagenário teve a Constancia e a paciência de seguir a pé mais de quatro léguas, para trazer-nos uma prancha (*) e fazer vir ao porto da Pedra, um carro que nos conduzisse ao nosso destino.

Antes das nove horas da manhã seguinte, estava de volta o nosso homem forte com a precisa conducção.

Deste ponto continuamos a jornada a Cavallo, com o companheiro de que já fallamos; ido os mais na referida prancha, até o porto do seu destino.

Duas léguas affastadas de Pirasununga encontra o viajor o Monte apellidado – Cantagallo , (se bem nos lembramos) ......
(*) espécie de canôa, feita de taboas, que demanda pouca água; própria ar viajar nos rios.

{  parte 2 ......( no seu cimo há uma lagôa bem profunda , com peixes e camarões só próprios do mar, bem que esteja ela seis centos pés talvez á cima do nível do mar..... lenda da lagoa encantada mão de luva ...)   }
 
                                                                                                                                                              
 
 
por Alberto Santos
                                                                                                  120 anos de glórias
 
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pela visita!