“ O maior inimigo da clareza é a
falta de sinceridade ...
A linguagem política é
concebida para fazer com que as
Mentiras
pareçam verdadeiras e o
assassinato pareça
respeitável...”
George Orwell
Em 28 de
julho, há 95 anos atrás, nascia em São Manuel/SP, uma das mais expressivas
personalidades do movimento operário brasileiro. Refiro-me a MANOEL JOVER TELES, o ‘MANOLO’.
Descendente de espanhóis chegados ao Brasil em 1911 e introduzidos na
lavoura cafeeira e da cana, na região de Sorocaba e Cerquilho/SP. Durante a crise de 29, viveu a saga dos imigrantes
espanhóis e italianos que se dispersaram pelo Sul do país em busca de pão e
terra. Nesta condição sua família estabeleceu-se na região carbonífera das
minas do Butiá, solo gaúcho. Juntamente com o pai e o irmão Leão, o pequeno
Manolo de apenas 11 anos, inicia-se no exaustivo e embrutecedor trabalho de
extração de carvão nos poços de São Jeronimo e Arroio dos Ratos.
Jover (aos 17) de camiseta branca , goleiro do Butiá (clube dos mineiros do carvão)
Aos 17 anos teria sua primeira experiência amarga, quando a ditadura Vargas promove uma verdadeira caçada aos operários da região, culminando com sua prisão, de seu pai e irmãos, enviados à Ilha-Presídio, da Pólvora no Guaíba. Viveu o isolamento do cárcere por 43 dias.
Ruínas da temida Ilha da Pólvora
Jover e o irmão mais jovem, Nenê, passeando em Poa
Passado este período, em idade de alistamento, apresenta-se no Regimento Osório, em Porto Alegre, tornando-se , em 1942 3º Sargento da Cavalaria. Pouco se sabe deste seu período de caserna.
Manoel Jover Teles - 3º Sargento de Cavalaria - Regimento Osório
( fotos arquivo Dops - APERJ )
Em 1943 retorna às minas de São Jeronimo, e em menos de um ano já despontava omo liderança entre o mineiros na bacia carbonífera gaúcha. Além do
ofício, seguiu os passos do pai, Gerônimo Teles, combativo operário anarquista.
Participou ativamente de todo o processo de luta grevista pelo reconhecimento
da carta sindical - a elevação associativa dos mineiros ao status de sindicato:
o Sindicato dos Mineiros de São Jerônimo, em 1943. Aos 24 anos, torna-se 1º
Secretário da entidade e um ano após, comanda com maestria a vitoriosa greve de
jan/46, greve das mais duradouras à época, cerca de três meses, e na qual o
movimento operário em ascensão se espelhava.
Este movimento paredista em pleno
estado policialesco de Dutra tornou-se referencia nacional. Em março de 46, o
jovem sindicalista desloca-se até o Distrito Federal para entabular negociações
junto ao Ministro do Trabalho consolidando conquistas para a categoria. Não
imaginava alçar voos mais altos que o iriam tornar o grande dirigente operário,
querido por todos (menos pela AP).
famílias de operários despejados após suas casas serem destelhadas pela polícia durante a greve de 1946
Acompanhando os ventos democráticos do
pós-guerra, ‘Manolo’, como era tratado em família e por seus companheiros das
minas, havia ingressado pouco antes no Partido Comunista, o antigo PCB, e não
tardou para que em julho/46, na IIIª Conferencia, fosse incorporado como
suplente, ao Pleno do Comitê Central. O jovem operário de uma cidade
provinciana juntava-se agora a grandes nomes no Sudeste, oriundos da célebre
Conferencia da Mantiqueira: Astrojildo,
Prestes, Barata, Duarte, Apolonio, Arruda, Amazonas, Grabois, Pomar, Marighela,
Holmos, Arroyo, Oest e tantos outros.
Sua expressiva liderança, carisma e
intelecto levaram-no a compor a nominata para as eleições de 1947 pelo Rio
Grande do Sul, conquistando a 3ª suplência. Um grande feito para um simples
operário do carvão, com parcos recursos e disputando em uma mesma chapa
partidária, com nomes de prestígio da intelectualidade gaúcha que concorriam na
capital, como o saudoso e combativo Dyonelio Machado.
Segue fragmento de seu discurso como deputado Constituinte:
"O CARVÃO DE SÃO JERÔNIMO:
PROBLEMA ECONÔMICO E PROBLEMA OPERÁRIO”
“Trabalha o mineiro num ambiente
de completa insalubridade e as condições, spirando o pó produzido pelas máquinas cortadoras e de
perfuração, bem como a fumaça de pólvora e de dinamite originada pelas explosões;o mineiro
trabalha quase no escuro, com os pés enfiados na água, sem suficiente oxigênio necessário à
sua vida, e em galerias baixas, que o obriga manter-se curvado horas a fio, sem poder
endireitar o tronco.O mineiro,para quem entra na mina pela primeira vez, aparece como um ser
primitivo, selvagem , como um homem das cavernas , tais são as miseráveis condições em
que é obrigado a trabalhar pelo CADEM.*
Trabalha vestindo somente uma tanga como
roupa, de alpercatas e, muitas vezes, descalço. É obrigado a satisfazer suas necessidades
fisiológicas no próprio local de trabalho , pois não existe aparelhagem sanitária indispensável, e
neste ambiente, ser ar, fétido, que o mineiro tem de fazer sua refeição, ou merendar. A
sensação do mineiro, e isto sei por experiência própria , é a de que está submetido a um
processo de suicídio lento, gradual , porém inexorável.”**
MANOEL JOVER TELES - secret.
Sind.Mineiros de São Jerônimo/RS e deputado suplente PCB /RS – Trecho de
discurso proferido na Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul,
11/07/1947 – (6 meses antes de sua prisão)
*CADEM –Consórcio Administrador das Empresas
de Mineração (de capital majoritariamente inglês)
** a legislação à época definia as minas de
carvão como de interesse militar . uma simples falta ao trabalho, mesmo com
atestado médico era tratada como “deserção” e o trabalhador mineiro conduzido à
Casa de Correição, com penas de até 2 anos de reclusão
Porém, as manobras arquitetadas pelos
conservadores e reacionários, com a proposta de edição da Lei de Segurança
Nacional, e com a iminente cassação do registro partidário, fizeram com que Jover Teles, legítimo
mandatário dos interesses de classe, fosse chamado a assumir da tribuna gaúcha
a responsabilidade de fazer ecoar as vozes do operariado, contra o arbítrio que
se avizinhava. Assume uma cadeira na Assembléia e denuncia como tribuno, as
condições sub-humanas a que eram submetidos os mineiros do carvão, e além de
outros discursos, reproduz o Memorial dos mineiros em defesa da liberdade de
expressão e organização: pelo direito à legalidade do Partido Comunista, o dos
operários, dos mineiros operários! Como deputado constituinte, fez parte da
Comissão que elaborou a nova Constituição gaúcha, a
única no Brasil a se tornar parlamentarista, mas que vigorou por apenas
11 dias. Com o registro da legenda cassado, perde seu mandato e sua liberdade
individual: é preso no início de 1948.
Impedido pelo Consórcio CADEM de
retornar ao seu trabalho nas minas e sem mandato sindical e parlamentar, Jover é chamado para se incorporar
definitivamente ao pleno do Comitê Central, no Distrito Federal, Rio(Guanabara).
Jover Teles não era um militante comum.
Não era um seguidista ou voluntarista. Para além de sua têmpera revolucionária,
forjada no fogo da luta de classes, reunia outras qualidades: era inteligente e
estudioso. Desde cedo, nas madrugadas e à luz de lampião, Jover estudara os
clássicos do marxismo, e as obras literárias de Jack London, La Passionaria,
Gorki, Graciliano, Maiakovysk, Guy Maupasant, Neruda. Forjara-se a si mesmo
como quadro teórico ascendente, por mérito próprio. Tanto que, já em 1947, a
ele era confiada a elaboração de artigos para os jornais partidários: A Classe
Operária e a Voz Operária. Em meio a tantos intelectuais, um Jover operário, o
escolhido para, no bico da pena, elaborar artigos em datas específicas: da
Revolução de Outubro, aniversário de Marx, de Lenin ou de Stálin. E tornou-se
um poliglota: anos mais tarde, nos anos de chumbo, viria a sobreviver fazendo
traduções.
Sua trajetória de militante é meteórica.
Investigado pelas autoridades da Guanabara e de Minas, e considerado elemento altamente
subversivo, é negado o visto em seu passaporte, frustrando sua ida na 1ª turma de
brasileiros à Escola de quadros de Moscou (Komsomolskaya). Mas soube usar bem
este lapso temporal em território brasileiro, alavancando, como um dos
signatários do Protocolo de Estocolmo, a luta pela paz e a não proliferação de
armas atômicas. Já em 53 e 54, torna-se um dos responsáveis pelos Informes ao
IV Congresso. Seus informes são publicados na Revista Problemas. Em 54 já
compunha o CC, como membro titular.
Enfim, na primavera de 55 é enviado a
Moscou para estudos.
Jover segurando a bandeirola brasileira em Moscou
Neste período, já era quadro prestigiado, teórico e
formulador, tanto que teve seu curso abreviado em um ano, chamado às pressas ao
Brasil por Diógenes Arruda, para apagar o incêndio nas hostes comunistas, que a
esta altura tomava conta de toda a estrutura partidária, em função da implosão
do Kominform e das denúncias de Nikita Kruschev. Suas intervenções foram
fundamentais para manter temporariamente a organização partidária coesa com a
depuração em suas fileiras de elementos hostis.
Em suas teses, foi um dos primeiros a
defender intransigentemente a intensificação do trabalho partidário entre as
mulheres e a inclusão nominal destas no órgão central do núcleo dirigente, até
então excludente.
A esta altura já tinha publicados sob o
pseudônimo de Luís Telles (por vezes Jover Teles), inúmeros artigos e teses em
órgãos oficiais e veículos de massa como a Tribuna Popular, Imprensa Popular,
Voz do Povo e outros.
Mas é em Novos Rumos, hebdomadário
comunista, que se dedica a acompanhar o curso das lutas operárias e sindicais no
Brasil e torna-se o mais importante cronista sindical(e ainda o é), pois
além de retratar os fatos fazia sua análise científica à luz do Marxismo,
imprimindo suas observações como ‘um norte’ para novas ações do proletariado: era
a bússola, a faísca e fio condutor simultaneamente. Um dos mais importantes
capítulos descritos por Jover foi o da célebre greve geral do 5 de julho.
Reuniu todas estas crônicas, compilando-as em uma brochura, editada em jan/63
pelo Editorial Vitória, sob o título ‘O
Movimento Sindical no Brasil’, leitura indispensável até hoje para se
conhecer a história da formação do sindicalismo brasileiro. Tão importante que
20 anos depois, foi reeditado em 1983 pelo livreiro Raul Marcel Castell, entusiasta opositor ao regime
militar (LECH-CienciasHumanas/SP).
Sua obra teórica que completou 54 anos,
como ele Jover, é imortal ! Encontramo-la
nas estantes das principais Bibliotecas do mundo, impressa, em microfilme, ou
digitalizada, e reproduzida em três idiomas. De Chicago a Paris, de Londres a
Milão, nas mais importantes bibliotecas acadêmicas de Harvard, Cambridge, Stanford,
Princeton, Minesotta, e tantas outras. Seus escritos e citações são referencia
em centenas de livros sobre sindicalismo e política, e fonte bibliográfica em
milhares de monografias, dissertações e teses.
Fez parte de uma geração de grandes
dirigentes comunistas, embora pouco dotados de capacitação teórica.
Excetuando-se poucos (como Grabois, Pomar, Kalil Chade, Morena), Jover Teles
destacou-se como grande formulador e articulista. Já em 61, com Luchesi,
Marighela e Mario Alves, passou a ser voz ativa dentro do Comitê Central do
Partido Comunista. Supria(m) em
teoria o que faltava ao carismático Prestes. E esta prevalência acentuou-se
após a saída de seus antigos camaradas na cisão de 62. [A1]
[A1]A cisão de 62, embora necessária, foi um duro
golpe à unicidade do movimento comunista no Brasil que fragmentou-se.
Sua capacitação teórica e intelectual o
habilitavam para executar qualquer missão. E as cumpria com esmero. Estusiasta
da Revolução Cubana, não descansou um único instante em suas relações
diplomáticas. Esteve pessoalmente em Havana com Bras Rocas, Fidel Castro e Che,
negociando treinamento de guerrilha a militantes brasileiros. Entabulou
negociações com embaixadores de países do Leste Europeu e esteve em visita à
China, onde foi recepcionado pelo próprio
Mao Zedong em 63, vislumbrando uma possível ruptura com Moscou de Nikita,
que pregava o propalado caminho pacífico, o da capitulação.
Sua importância dentro da estrutura
dirigente era tão grande que das 19 cadernetas de Prestes apreendidas, aparece
em 18, e citado 153 vezes. Era voz ativa no núcleo dirigente e suas opiniões e
decisões acatadas por unanimidade. No processo das cadernetas, o 217/64, é
descrito pelo Promotor Militar em 6 detalhadas páginas , atribuindo-se-lhe
ter ‘desenvolvido a verdadeira atividade de um comunista
dirigente’. Neste processo foi condenado posteriormente a pena de 7 anos de
reclusão.
Cometeu seus erros de avaliação, como o
acolhimento das alterações no Programa e Estatutos partidários. Creio ser
difícil entende-lo naquele momento: talvez por ser homem ‘de Partido’ tivesse
insistido no erro, a idéia da manter vivo o partido tradicional de 22, seu
legado histórico, acreditando que mais a frente poderia reverter a posição
majoritária pró-Moscou. O que não ocorreu!
Partidário da via revolucionária, adepto
ainda de Stálin e simpático a Cuba, tornou-se peixe fora do aquário no cenário
do novo ‘PCB’, a partir de 64.
Sem o grosso de seus antigos pares,
juntou-se aos remanescentes, formando a Corrente Revolucionária, que viria a
ser expurgada em setembro de 67. Mas não sem luta. Luta de ideias, que era seu
forte. Através do jornal ‘O Isqueiro’, travou uma intensa batalha ideológica,
mantendo coesa a base militante na GB. Em sua declaração de voto perante o CC, em setembro de 67, faz de sua defesa contra a expulsão de
Marighela um libelo acusatório contra toda a sorte de oportunismo praticado
pelo grupo prestista. Reafirma seu ponto de vista tendo Cuba como o centro da
Revolução Socialista Latino-Americana, posição que jamais abandonou por
coerência e razão principal de suas divergências com os “chineses da Bahia” e
os de Sampa também, que romperam com
Havana (é fato!)
Em meu entendimento, tanto Jover quanto
Marighela pecaram por terem perdido o ‘time’. Romperam tardiamente com
Moscou e ficaram à deriva: o movimento
comunista esfrangalhado em várias correntes e o Golpe de 64 em franca escalada
terrorista. Reorganizar um Partido
Comunista nos marcos da semi-legalidade como foi em 62 torna-se um brinquedinho
da Leco, diante das agruras de faze-lo sob o tacão da mais feroz repressão e
sob a égide de um AI-5. Eis o grande mérito de Pomar, Grabois e Amazonas : acharam
o ‘tempo exato’ para a ruptura com
Moscou (mas acabaram cometendo erros mais adiante na questão do Araguaia, da
China e principalmente sobre a APML).
Sem eira nem beira, sua passagem pelo
PCBR foi efêmera, três meses apenas, até se dar conta que era uma canoa furada,
e não serviria aos propósitos seus de forjar um destacamento proletário. Lança
pelo ‘Isqueiro’ uma extensa Resolução entitulada ‘Um reencontro
Histórico’, onde traça as etapas da Revolução no Brasil, a aproximação com
Cuba, e sobre a concepção pequeno-burguesa deste grupo. Faz uma auto-crítica
sincera aos antigos camaradas, mas deixando clara sua divergência quanto ao
tipo de luta armada mais adequada no caso brasileiro. Neste período que permeia
o golpe e sua saída do PCBR, manteve-se sempre conectado a Arrudão , velho
camarada do núcleo duro. Isto era comum entre velhos camaradas: Lincoln Oest ,
por exemplo, mesmo após romper com o PCB, mantinha encontros regulares com
Prestes, camarada de longa data, sem que isto configurasse uma ‘traição’.
E assim surgiram a sua frente dois
únicos caminhos a optar: o caminho solitário do bravo guerreiro Carlos
Marighela (por quem tinha grande apreço) ou se deixar aliciar por um velho
camarada, Diógenes Arruda, e se rearticular na organização mais coesa à época:
o PCdoB.
Acolheu a segunda opção. Foi, mas não
foi só. Levou consigo entre outros Lincoln Bicalho Roque, Armando Fructuoso, a
misteriosa ‘Hilda’(que foi silenciada anos mais tarde) e seu
séquito de aproximadamente 400 quadros militantes da Guanabara, fiéis à ideia
da Revolução e a seu dirigente maior, que aguardavam desde 67 em compasso de
espera, para onde ele seguiria.
a TROPICÁLIA
MAOÍSTA
Na condição de quem chegou atrasado para
a festa, Jover foi excluído de todo o processo de discussão e acompanhamento do
foco guerrilheiro, que em 67 já vinha estruturando-se na região do Araguaia por
meses. Ainda assim, apesar de certa oposição, logo compôs o núcleo dirigente
e com as mortes de Grabois, Guilhardini
e Danielli, a Executiva do CC a partir de 74,.
Mas não era mais o Jover de outrora,
prestigiado, unanimidade. Ao pegar carona no último vagão em movimento chegou
sem força e não pôde se opor, melhor dizendo, não conseguiu prevalecer seu ‘cuidar opositivo’ à incorporação da AP
ao PCdoB: um grupo revolucionário estruturado a nível nacional prontinho para o
consumo: tratava-se de “um negócio da China ... mas só para chinês” . A
História recente comprova Ito ! Este processo
de incorporação levou quase 5 anos até o bater do martelo. Talvez esta sua
resistência à incorporação seja o maior motivo da aversão, dos ataques levianos
e raivosos contra si, desferidos pelos dirigentes de AP, capitaneados pelos
baianos Renato Rabelo e Haroldo Lima[A1]
( DEU NO QUE DEU !!! )
[A1]**(
ambos amealharam junto à Comissão da Anistia, do MJ, o equivalente a
R$994.600,00 e somados muitos anos para efeitos de contagem para
aposentadoria.(ver últimos anexos ao final do texto).no rumoroso episódio dos “Fura-fila
do Renan”
Destacado para acompanhar o Rio,Guanabara [A1] pelo CC e
como dirigente regional, era querido e prestigiado pela militância. Juntamente
com Fructuoso, acompanhou de perto a criação do organismo de juventude, a
UJP.
[A1] [A1]Seu amor pelo Rio era incomensurável, tal como
sua contemporânea, a gauchinha Adriana Calcanhotto. Sempre resistiu à ideia de
viver na terra da garoa. Ele não gostava de dias nublados.
Mas enquanto Caetano, Gil e Gal digladiavam-se
com a bossa e a jovem guarda nos palcos dos festivais, surgia no cenário
político brasileiro pós-64 a“Tropicália
Maoísta ” e suas práticas pequeno-burguesas. direto da sacristia de Nosso
Senhor do Bonfim : a APML, do B, autentico ‘pé
de pica’ ![A1]
[A1]O mais puro sincretismo estético da cultura
“marxista” sino-soteropolitana
...com o ingresso gradual da AP (Ação
Popular) pós-71 , e suas práticas liberalizantes, começam a acontecer as quedas
em todo o Brasil, particularmente no Nordeste, área prioritária na atuação de
resistência dos novos-caetanos, isto é, dos novos comunistas- os cristãos.
Quedas no Maranhão, em Pindaré-Mirim e Santa Ines, no Ceará, em Sobral e
Crateús, no Piauí, e na região do Bico do Papagaio, em Goiás. Exatamente as
áreas que serviriam como apoio logístico ao comando guerrilheiro no Pará. A AP(Ação
Popular) forneceu grandes quadros, que se tornaram (alguns) comunistas ‘de fato’, mas enquanto
agrupamento ideológico era(e se perpetuou até os dias de hoje) como um ‘corpo estranho’ dentro do destacamento de vanguarda
da classe operária.
E é a partir destas quedas em massa dos
novos aderentes, é que a repressão consegue golpear a organização tradicional
dos comunistas. Tendo à frente o Gal.Moniz Bandeira, a repressão desfecha
duros golpes em Goiás e no Sudeste.
Desvenda o mistério e a localização do grupamento guerrilheiro. Início de 1973
captura e mata sob tortura Carlos Nicolau Danielli ‘que fazia exatamente a ponte entre o PCdoB
e o pessoal da AP desde 71’ (?????_). Faz uma devassa na estrutura
organizativa da Guanabara: direção regional e movimento estudantil passam a
superlotar as celas da Guanabara. A velha guarda foi sendo aniquilada: Luis
Guilhardini, Lincoln Oest, além de Maurício Grabois, José Humberto Bronca e
outros, lá no Araguaia....
Coube a Jover Teles, completamente
isolado, sustentar e manter vivo o Partido Comunista no Estado, na mais
absoluta clandestinidade. Ao escapar ileso de certa emboscada em fins de 69,
havia renunciado ao convívio da família, e também ao seus elegantes ternos dos
tempos áureos da diplomacia comunista, das viagens internacionais, dos
palanques.
1974, com uma surrada camisa xadrez, seu
óculos fundo de garrafa, barba por fazer e com um olhar sempre cansado: este
foi o Jover que eu conheci. Morava no subúrbio, num sobradinho da rua Goiás, em
Quintino, certamente bem diferente de seu antigo apê da São Salvador, na zona
sul. Janelas fechadas, me recebia com muita brevidade, não mais que 10 minutos. [A1] Curto e
grosso, porém didático me dizia pausadamente, em voz sussurrante, onde entregar
a encomenda, a quem, como faze-lo e como me desfazer da encomenda caso fosse
interceptado. Eram víveres, mantimentos, papéis, livros, e creio que dinheiro
também, enrolados em jornal dentro de sacolas de papel das casas Sendas(ou da
Banha, não lembro ao certo). Eu as entregava a perseguidos políticos,
homiziados em vários pontos do interior: Itaboraí, Rio Bonito, Cachoeiras de Macacu
e Silva Jardim. Olhava para ele que lembrava meu pai, sempre estressado e com o
olhar de cansaço. Eu nem fazia idéia que
tratava-se de um dirigente de comitê central de sei lá quem. Para mim, ele era
como eu: apenas um colaborador da resistência. E só !
MASSACRE da LAPA
Eis que por volta das 7 horas do dia 16
de dezembro de 1976, uma tragédia iria mudar completamente o destino de Manoel
Jover Teles e manchar sua reputação. Depois de uma campana de meses e
informações levantadas em conjunto pelas equipes do DOPS (o DOI-CODI) e o
serviço de inteligência do Exército, a casa 767 da Rua Pio XI, na Lapa , onde
funcionava o núcleo dirigente do PCdoB finalmente fora cercada e após fuzilaria
um saldo de três dirigentes mortos: dois no local, Arroyo e Pomar. Um terceiro,
Drummond, capturado e morto sob tortura, além de seis outros presos. Da
operação escaparam da perseguição policial 2 dirigentes: José Novaes e Jover
Teles. Mas além destes outros : Sergio Miranda e Péricles de Souza, que não se
encontravam no local(e mais outros dois).
[A1]Jover garantiu que fora ele, o baiano, que não
cobriu o ‘ponto’ no Rio, como combinado, por duas vezes(set/76)
Péricles (e aqui não há nenhuma ilação
de minha parte), alegou sua ausência à fatídica reunião da Lapa pois o orelhão[A1]
perto de sua casa(na Bahia) não
estava funcionando naqueles dias !!!
[A1]Pg
118- Péricles “...Péricles de Souza não estava na reunião da Lapa. Mas deveria.
O telefone em Salvador, em que receberia a confirmação da data ...., ficou
alguns dias fora do ar.”
Trechos do livro ‘Vidas, veredas: Paixão’
de Luiz Manfredini
Sobrou para quem?
Jover Teles, o Rui ! (que não era baiano)
Mas pera aí! Rui era seu nome de guerra,
o mais usado nos tempos de PCBR, como T.J.Paulo
usado nos idos do PCB. E havia no Rio de Janeiro um outro ‘Rui’ .
Sei dizer que junto a seus camaradas,
Jover Teles(o Jota) era tratado como
‘OLIVEIRA’ ou O¹, ou Oliva. O mesmo
Oliveira, incumbido pelo CC, em setembro/76, para elaborar uma mensagem de
condolências pela morte de Mao Zedong. Afinal, o delator era o Rui ou o
Oliveira?
(vide arquivos secretos da Guerrilha do
Araguaia, também em temática Archives.marxists.org)
Contra ele, de concreto, apenas um passaporte com
foto recente sua (???) [A1]
“visto” por W.Pomar na prisão e o fato de ter sido localizado ‘vivo’ em 79 por
um antigo camarada gaúcho, o Elói Martins. E só. Se, sobreviver à sanha da
repressão for crime, todos estamos condenados!
[A1]NA CASA 767 da Pio XI foram apreendidos dezenas
de passaportes e certdões frias de vários dirigentes
Segundo Eloi, Jover lhe passou uma
extensa carta-relatório a ser entregue (e o foi) ao Comite Central, onde apontava
detalhadamente as falhas na segurança que propiciaram às equipes de Fleury
chegassem até a Pio XI, questionava procedimentos e ‘comportamentos’, fazia
críticas ao Relatório Arroyo, levantva a suspeita sobre o verdadeiro delator (seria
um ‘baiano’) e justificava seu afastamento em função de grave doença na família
e sua também (sofria da próstata e sua mulher com câncer , bem avançado). Mas
nem nisso foi poupado: alegaram ser dissimulação de sua parte. Sua esposa
faleceu 7 anos mais tarde.
E que fim levou esta carta?
Estaria trancada a 7 chaves na gaveta do blogueiro RR ? Mas em tempos de “Direito à Memória e à
Verdade” porque não abrir esta caixa-preta para ser periciada também? Que
revelações tão comprometedoras podem estar contidas nesta carta-relatório que
impeçam sua divulgação ? Mais grave ainda foi terem acolhidas como verdades, as declarações de um general
fascínora, o bestial Leonidas Pires. o mesmo que afirma que Herzog era fraco,despreparado
e que cometera “suicídio”[A1]
(<iframe
width="420" height="315"
src="http://www.youtube.com/embed/xjDj7qqtWNg"
frameborder="0" allowfullscreen></iframe> )
Ver também:
<iframe
width="420" height="315"
src="http://www.youtube.com/embed/7FlRXYEI_bI"
frameborder="0" allowfullscreen></iframe>
Mais recente surgiram os tais “Arquivos
secretos” da Guerrilha enxertando no relatório do CIEX, o REI 1/77 sobre a
guerrilha, um suposto “depoimento cordial” de Jover à repressão. O mais
urrioso, para não dizer tendencioso, , é que eitem ´rias depoimentos divulgados
por militantes na grande imprensa, e todos eles refutados pela esquerda como
sendo forjados pelos órgãos de inteligência para denegrir a conduta dos presos
políticos, como no caso de Breno(Beto), Apolonio, outros. Porquê somente o tal
depoimento cordial de Jover seria verdadeiro? Somam-se à grande mídia, leia-se
O Globo e Veja, os generais e a turma da AP : um casamento perfeito !
...
suprimiram-se os depoimentos
de Haroldo Lima e outros, denunciando as atividades do até então camarada Jover
Teles, citado por eles 36 vezes
no processo do STM, o 1253/77 (e IPM 119/76), isto já em 19
e 23 de dezembro de 76. [A1] Entregaram a
rapadura: nomes, endereços, atividades, etecoetera e tal.
[A1]As suspeitas contra Jover só foram levantadas em
fevereiro, quando os presos foram retransferidos para São Paulo, e no entanto,
durante os depoimentos colhidos em dezembro, no quartel da PE do Rio, ‘todos os
5’ o denunciaram aos interrogadores. Afinal quem é o delator ?
Não apresenta ainda o relatório
preliminar do CIEX 12/76, onde há o detalhamento da campana sobre os passos de
Elza Moneratt por 5 (cinco) longos meses. Não
leva em consideração os depoimentos de Criméia, de José Novais e de
Hilda.
Acusam-no de ter tido comportamento
agressivo na reunião fatídica, com críticas exasperadas contra a Comissão
Executiva: “... destoou sua intervenção”
afirmou um de seus detratores , o também baiano Haroldo Lima. Mentira ! Em seu
próprio depoimento no IPM 119/76,
Haroldo cita
Jover “ acolhendo as propostas de Pomar e fazendo uma
simples crítica em relação ao editorial de A Classe Operária”, descrevendo como duras críticas as que
partiram de Drummond e Wladimir Pomar.
[A1]... foi esta postura critica de Drummond que lhe custou a própria vida
Este Haroldo Lima(codinome Zé Antonio) é
o mesmo que nesta mesma reunião vociferou contra a honra de Armando Fructuoso, morto um ano antes sob a mais brutal
sessão de tortura. O que esperar de quem faz lobby com Renan para ter seu
processo e da trupe feminina de AP no ‘fura-fila’ da Comissão da Anistia? que
mente perante a Comissão de Julgamento, alegando ter sido perseguido a ponto de abandonar o
emprego[A1] .
Mentira, outra vez ! Demitiu-se da Coelba para trabalhar na roça e atender a dois
propósitos: a determinação da AP pela proletarização de seus dirigentes e sua
viagem à China para curso político-militar. É um escroto !
[A1]Pg 47
– “...No 2º semestre de 1967 a AP ...enviou uma primeira turma à china ,”(entre
eles Aldo, Renato e Haroldo)
Pg 54 – “ A partir de 67 – até
meados de 1970, a AP realizou um amplo e radical movimento de integração de
quadros e militantes na produção”
(Vidas,
veredas e paixão)
Segundo os ‘sobreviventes’, graças a
Joaquim Celso ter relatado o que ouviu no momento de sua prisão, os agentes
transmitindo pelo rádio “...podem prosseguir a operação”, [A1]
não seria possível chegarem às suspeitas sobre o suposto delator: Jover !
[A1]Informação tão valiosa, imprescindível mesmo para a
descoberta do traidor que nem mesmo o
detalhista Jaques(Joaquim Celso) não cita este fato ao narrar o episódio. Leiam
as pgs. 188 e 189. Atribuiram a ele o que nunca falou !!!!
(Navegar é preciso: docvirt.BNM)
Afirma ainda que o delator desconhecia a
ausencia de Amazonas, em viagem à China.[A1]
No entanto, conforme atestam os docs. apreendidos na Pio XI, era pública sua
ausência, com previsão de retorno para fevereiro de 1977. Portanto, é pura
falácia deste baiano tão acostumado a mentiras.
[A1]Pg 121, - Renato “em fins de 1976,nova missão: mudar-se
para Belém. Mas ele não permaneceu em Belém mais que dez dias, pois já estava
escalado para acompanhar Amazonas em viagem à Albânia”.
Ver
em Vidas, veredas e paixão
Teria Jover faltado aos dois encontros
no Rio em setembro ou foi seu contato (o baiano) é que não teria coberto o
ponto como o combinado? Segundo Novaes, Jover havia se queixado pelo furo de
baiano, que o deixou a descoberto.
E é certo ter sido o aprisionamento de
Jover Teles, após a queda da Lapa, e não antes. Jover ao se apresentar à
reunião não apresentava nenhum vestígio estético ou físico que denotasse ter sido
preso anteriormente. É impossível que um preso político (e quem já o foi vai me
entender), possa apagar as marcas da violência estatal em tão curto espaço de
tempo. E tão contraditório ainda ser preso três meses antes e só prestar
depoimento, e de forma espontânea ,
somente em 8 de dezembro. Com essa até
Kate Lyra diria: Militar é tão bonzinho!
É sempre mais cômodo ter um ‘boi’ para
lançá-lo no rio às piranhas e salvar todo o rebanho!
O tal “depoimento cordial” mais parece uma adulteração grosseira de algum
depoimento colhido a qualquer tempo, até mesmo pós-16 dezembro, e enxertado com
fontes compiladas dos materiais apreendidos na casa da Pio XI. Detalhes que
naquela data eram do desconhecimento do próprio Jover, isolado no Rio desde
fins de 72. Afirma o suposto depoente não
lembrar se o CC se reuniu no ano de 1972 !!! [A1] Portanto...
[A1]“Oras, basta pegarmos o livro ‘Navegar é
preciso’ em sua pág.185 e lermos o que diz Joaquim Celso: Todas as reuniões em
que Jover, Guilhardini e Danielli varavam a noite ”eram os últimos a sair das
reuniões do CC, já clareando o dia, isto em 72 ! E pelo que consta nos anais
Danielli morreu bem no início de 73.
Traz uma riqueza de detalhes sobre o
Araguaia de impressionar, que ele era desconhecedor. Na pseudo-degravação do
depoimento quando se refere ao coletivo dirigente, o CC, está quase todo na 3ª
pessoa do plural, ‘eles’, ‘deles’, como
alguém ‘de fora’ fazendo o relato e usando um linguajar de ‘puliça’, que contrastava com
a erudição de Jover[A1] : afinal se o
depoimento foi “cordial”, porque mudar o tom de voz? E mais, surgem termos só
utilizados por quem é das forças de segurança. Cita o “683”, numa clara
referencia ao avião ingles Avro Lancaster , e “702/703” , possivelmente os rifles
Mossberg .
[A1]usa até a expressão
‘pôrra’
Ainda no tal depoimento cita “um tal de Osvaldão”[A1] ,
morto e decapitado em 73, afirma desconhece-lo !!!! O sujeito, Jover, era
membro do CC desde 46, dirigente na Guanabara desde os anos 50 e não conhecia
Osvaldão(???) um negão de 1,98 e com
um pé 48, ex-boxer do Botafogo, enviado a Tchecoslovaquia em 59. Com estas
características Osvaldão era inconfundível, difícil de passar despercebido a um
dirigente. Osvaldão, perdoem a expressão, era mais conhecido que couro de pica
! Só pode ser brincadeira não é?
[A1]Pg 39 -
Dyneas em Pequim abr/64 “... dentre os poucos que conhecia estava um negro de
quase dois metros de altura que conheceu nos tempos da UJC . Oswaldo Orlando da
Costa, o milico Osvaldão.(trecho do livro Vidas, veredas e paixão)
O ‘”suposto” delator não tem noção do que fala com total desinformação, diz que: o único
feito foi em Maguari, e acha que fica no Amazonas...(Maguari fica a
560 km de distancia da área conflagrada)!!!
Definitivamente, aquele depoimento não pertence a Manoel
Jover Teles, o OLIVEIRA !
E para finalizar sobre este tal
depoimento cordial, me atrevo a dizer que ele foi redigido sob orientação do
Brilhante Ustra, que tinha como costumeiro citar ‘caça aos patos’, manobra
militar de cerco e aniquilamento do inimigo, bem semelhante ao ocorrido no
Araguaia: ‘ patos chineses’, está
aqui no ‘tal’ depoimento ! ↓
Por sinal, Ustra, que é um mentiroso
contumaz, procurado pelo jornalista José Mitchell, deixou escapar nas
entrelinhas que era preciso
desacreditá-lo, a Jover Teles, último dirigente cascudo, das antigas, que
permanecia vivo em território nacional, em 76. Grabois, Arroyo e Pomar
mortos, restavam Duarte, Arruda, Amazonas, Giocondo, Prestes e Apolonio no
exílio. Por isto a disseminação do boato sobre a suposta delação de Jover, e
com um agravante: por dinheiro. “150 mil cruzeiros” afirmara o general, o quanto pagou pela
consciência do delator.[A1]
[A1]… Jover viveu dias de muita dificuldade com a família,
tocando um brechó(bazar) em POA no final dos anos 70. Ao final da vida Manoel
Jover Teles tinha como bens um fusquinha enferrujado.
General, volte
às pantufas, bradam os blogueiros... mas desde que mantenhas de pé esta versão
mentirosa !
A aceitação desta tese é conveniente para ambos
os lados: de um lado ao Exército que tenta desmoralizar a ideologia marxista
atribuindo aos comunistas falta de escrúpulos, fraqueza de caráter, e ao mesmo
tempo, descaracterizando-se de ter praticado um ‘crime premeditado’, hediondo, elaborado, planejado e industriado
durante meses, que vitimou covardemente a Pedro Pomar, Angelo Arroyo e João
Baptista Franco Drummond. De outro lado aos sobreviventes de AP, encastelados
como absolutos, escamoteando a verdade, seus erros , e camuflando as feridas
não cicatrizadas a partir das divergências geradas pela divulgação, à revelia, do relatório Arroyo, avaliação
equivocada sobre a experiência guerrilheira: guerra popular ou blanquismo ? guerra popular ou particular, sem as massas
?(palavras de Pomar)[A1]
[A1]Este foi um dos questionamentos surgido dos
debates de avaliação do Araguaia no próprio CC
Ver
Archives.marxists.org/temática
Não fosse o suspeitíssimo mal-súbito de Diógenes Arruda, em dezembro de 1979, que
não admitia a hipótese da delação de Jover, certamente esta questão da Lapa e
as dúvidas surgidas teriam sido dirimidas , com uma criteriosa análise e
investigação. Mas ...
A aceitação desta tese da “delação” de
forma passiva pela militância é um ato de covardia, de subserviência e
submissão aos ditames de meia-dúzia que não representam o histórico legado da
vanguarda da classe operária. É o Império de ‘Bento que Bento é o Frade’ ....
senão levaremos bolo !
Hoje é sabido que , de fato, Manoel Jover Teles foi preso, sem ter-se precisão na data em que ocorreu, mas que durante seu cárcere enfartou, o que nos leva a questionar se ocorrera após a queda da Lapa, pois seu aspectoérrimo o denunciaria perante os companheiros da fatídica reunião . Abrir link ao final do texto, e ver a foto abaixo:
foto de seu passaporte datada de 1976 tirada meses antes da queda da Lapa
Os 40 anos de incorporação da AP ao
PCdoB , representaram um duro golpe à construção do ideário marxista no Brasil.
Um retrocesso, transformando o Partido Comunista em partido cujo foco de atuação prioritária tornou-se o movimento
estudantil e o Parlamento, ambos de
origem não proletária. Como saldo e grandeza, a ‘tropicália maoísta’ conseguiu
ainda forjar nestes 40 anos, grandes quadros teóricos, como os grandes ideólogos
marxistas contemporâneos, os sambregas .
A
cor do carvão, a da exploração brutal sobre os operários das Minas do
Butiá, Arroio e São Jeronimo, é a mesma que tinge as acusações infundadas e levianas dos detratores de
Jover Teles , os velhos-baianos fantasiados de vermelho.
A
Assembléia Legislativa do RS já restituiu simbolicamente seu mandato
parlamentar.
E
eu aqui reverencio sua memória.
Mas
isto é muito pouco para um imortal: está faltando devolverem-lhe a honra
maculada por sicários e flibusteiros da pior estirpe.
Infelizmente
a Comissão Nacional da Meia Verdade nada apurou, apesar de ter sido enviado
requerimento em 06 de março de 2013 para que se estabelece-se por completo a
verdade sobre a Chacina da Lapa.
ID de rastr.:
|
TUV-YD3-BTVJ (Número da solicitação: 94)
|
Status da solicitação:
|
|
Criado em:
|
06-03-2013 08:21:09
|
Atualizado:
|
06-03-2013 08:21:09
|
Último remetente:
|
Alberto Nascimento dos Santos
|
Categoria:
|
Pedido de Informações
|
[A1]ENVIEI UM EXPEDIENTE À COMISSÃO NACIONAL DA MEIA
VERDADE COBRANDO TAMBÉM EXPLICAÇÕES, FAZENDO REFERENCIA À SOLICITAÇÃO Nº 94
Que se abra esta caixa-preta ! Por
enquanto vai o meu brado quase solitário:
Vivas
a MANOEL JOVER TELES, o MANOLO, operário, comunista, cronista, poeta e amigo dos povos . O maior
cronista sindical de todos os tempos.
Quem
é lembrado não morre jamais !
Rio
de Janeiro, 28 de julho do 95º ano de nascimento de Manoel Jover Teles.
Alberto N. Santos
Tatuagem - da peça Calabar ( de Chico Buarque e Ruy Guerra)
Tese - Manoel Jover Teles: Além da traição e o Comunismo do Brasil no séc.XX
Tese clicar no link abaixo .↓
Só agora vi seu post. Fazia tempo que eu não olhava os relatos dessas lutas. É triste demais. Muita filhadaputice impune. Que aconteceu desdde então? Alguma novidade a respeito?
ResponderExcluirVocê vê, o Pecedobê tem que agradecer ao gal. que o ajudou tanto a saber quem era o delator...Como você diz, que homem tão "bão".
For Christ sake. Acorda pecedobê e desfaz tua injustiça.
obrigado pelo comntário Luiz. Um dia a verdade aparece. Abraço
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