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terça-feira, 28 de julho de 2015

Delator é o carilha ! Vivas a MANOLO, Manoel Jover Teles, no 95º ano de seu nascimento



O maior inimigo da clareza é  a falta de sinceridade ...

A linguagem política é concebida para fazer com que as

                          Mentiras pareçam  verdadeiras e  o  assassinato  pareça

                          respeitável...”

                                                                                            George Orwell



Em 28 de julho, há 95 anos atrás, nascia em São Manuel/SP, uma das mais expressivas personalidades do movimento operário brasileiro. Refiro-me a MANOEL JOVER TELES, o ‘MANOLO’. Descendente de espanhóis chegados ao Brasil em 1911 e introduzidos na lavoura cafeeira e da cana, na região de Sorocaba e Cerquilho/SP. Durante a crise de 29, viveu a saga dos imigrantes espanhóis e italianos que se dispersaram pelo Sul do país em busca de pão e terra. Nesta condição sua família estabeleceu-se na região carbonífera das minas do Butiá, solo gaúcho. Juntamente com o pai e o irmão Leão, o pequeno Manolo de apenas 11 anos, inicia-se no exaustivo e embrutecedor trabalho de extração de carvão nos poços de São Jeronimo e Arroio dos Ratos.
                         Jover (aos 17) de camiseta branca , goleiro do Butiá (clube dos mineiros do carvão)
Aos 17 anos teria sua primeira experiência amarga, quando a ditadura Vargas promove uma verdadeira caçada aos operários da região, culminando com sua prisão, de seu pai e irmãos, enviados à Ilha-Presídio,  da Pólvora no Guaíba. Viveu o isolamento do cárcere por 43 dias.

Ruínas da temida Ilha da Pólvora

Jover e o irmão mais jovem, Nenê, passeando em Poa
Passado este período, em idade de alistamento, apresenta-se no Regimento Osório, em Porto Alegre, tornando-se , em 1942 3º Sargento da Cavalaria. Pouco se sabe deste seu período de caserna.


Manoel Jover Teles - 3º Sargento de Cavalaria - Regimento Osório
( fotos arquivo Dops - APERJ )

Em 1943 retorna às minas de São Jeronimo, e em menos de um ano já despontava omo liderança entre o mineiros na bacia carbonífera gaúcha.  Além do ofício, seguiu os passos do pai, Gerônimo Teles, combativo operário anarquista. Participou ativamente de todo o processo de luta grevista pelo reconhecimento da carta sindical - a elevação associativa dos mineiros ao status de sindicato: o Sindicato dos Mineiros de São Jerônimo, em 1943. Aos 24 anos, torna-se 1º Secretário da entidade e um ano após, comanda com maestria a vitoriosa greve de jan/46, greve das mais duradouras à época, cerca de três meses, e na qual o movimento operário em ascensão se espelhava.
Este movimento paredista em pleno estado policialesco de Dutra tornou-se referencia nacional. Em março de 46, o jovem sindicalista desloca-se até o Distrito Federal para entabular negociações junto ao Ministro do Trabalho consolidando conquistas para a categoria. Não imaginava alçar voos mais altos que o iriam tornar o grande dirigente operário, querido por todos (menos pela AP).

                 famílias de operários despejados após suas casas serem destelhadas pela polícia durante a greve de 1946

       Acompanhando os ventos democráticos do pós-guerra, ‘Manolo’, como era tratado em família e por seus companheiros das minas, havia ingressado pouco antes no Partido Comunista, o antigo PCB, e não tardou para que em julho/46, na IIIª Conferencia, fosse incorporado como suplente, ao Pleno do Comitê Central. O jovem operário de uma cidade provinciana juntava-se agora a grandes nomes no Sudeste, oriundos da célebre Conferencia da Mantiqueira:  Astrojildo, Prestes, Barata, Duarte, Apolonio, Arruda, Amazonas, Grabois, Pomar, Marighela, Holmos, Arroyo, Oest e tantos outros.

      Sua expressiva liderança, carisma e intelecto levaram-no a compor a nominata para as eleições de 1947 pelo Rio Grande do Sul, conquistando a 3ª suplência. Um grande feito para um simples operário do carvão, com parcos recursos e disputando em uma mesma chapa partidária, com nomes de prestígio da intelectualidade gaúcha que concorriam na capital, como o saudoso e combativo Dyonelio Machado.
      Segue fragmento de seu discurso como deputado Constituinte:

"O CARVÃO DE SÃO JERÔNIMO: PROBLEMA ECONÔMICO E PROBLEMA OPERÁRIO”
“Trabalha o mineiro num ambiente de completa insalubridade e as condições, spirando o pó produzido pelas máquinas cortadoras e de perfuração, bem como a fumaça de pólvora e de dinamite originada pelas explosões;o mineiro trabalha quase no escuro, com os pés enfiados na água, sem suficiente oxigênio necessário à sua vida, e em galerias baixas, que o obriga manter-se curvado horas a fio, sem poder endireitar o tronco.O mineiro,para quem entra na mina pela primeira vez, aparece como um ser primitivo, selvagem , como um homem das cavernas , tais são as miseráveis condições em que é obrigado a trabalhar pelo CADEM.*
Trabalha vestindo somente uma tanga como roupa, de alpercatas e, muitas vezes, descalço.  É obrigado a satisfazer suas necessidades fisiológicas no próprio local de trabalho , pois não existe aparelhagem sanitária indispensável, e neste ambiente, ser ar, fétido, que o mineiro tem de fazer sua refeição, ou merendar. A sensação do mineiro, e isto sei por experiência própria , é a de que está submetido a um processo de suicídio lento, gradual , porém inexorável.”**
MANOEL JOVER TELES - secret. Sind.Mineiros de São Jerônimo/RS e deputado suplente PCB /RS – Trecho de discurso proferido na Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, 11/07/1947 – (6 meses antes de sua prisão)
*CADEM –Consórcio Administrador das Empresas de Mineração (de capital majoritariamente inglês)
** a legislação à época definia as minas de carvão como de interesse militar . uma simples falta ao trabalho, mesmo com atestado médico era tratada como “deserção” e o trabalhador mineiro conduzido à Casa de Correição, com penas de até 2 anos de reclusão


       Porém, as manobras arquitetadas pelos conservadores e reacionários, com a proposta de edição da Lei de Segurança Nacional, e com a iminente cassação do registro partidário,  fizeram com que Jover Teles, legítimo mandatário dos interesses de classe, fosse chamado a assumir da tribuna gaúcha a responsabilidade de fazer ecoar as vozes do operariado, contra o arbítrio que se avizinhava. Assume uma cadeira na Assembléia e denuncia como tribuno, as condições sub-humanas a que eram submetidos os mineiros do carvão, e além de outros discursos, reproduz o Memorial dos mineiros em defesa da liberdade de expressão e organização: pelo direito à legalidade do Partido Comunista, o dos operários, dos mineiros operários! Como deputado constituinte, fez parte da Comissão que elaborou a nova Constituição gaúcha, a única no Brasil a se tornar parlamentarista, mas que vigorou por apenas 11 dias. Com o registro da legenda cassado, perde seu mandato e sua liberdade individual: é preso no início de 1948.

       Impedido pelo Consórcio CADEM de retornar ao seu trabalho nas minas e sem mandato sindical e parlamentar,  Jover é chamado para se incorporar definitivamente ao pleno do Comitê Central, no Distrito Federal, Rio(Guanabara).

      Jover Teles não era um militante comum. Não era um seguidista ou voluntarista. Para além de sua têmpera revolucionária, forjada no fogo da luta de classes, reunia outras qualidades: era inteligente e estudioso. Desde cedo, nas madrugadas e à luz de lampião, Jover estudara os clássicos do marxismo, e as obras literárias de Jack London, La Passionaria, Gorki, Graciliano, Maiakovysk, Guy Maupasant, Neruda. Forjara-se a si mesmo como quadro teórico ascendente, por mérito próprio. Tanto que, já em 1947, a ele era confiada a elaboração de artigos para os jornais partidários: A Classe Operária e a Voz Operária. Em meio a tantos intelectuais, um Jover operário, o escolhido para, no bico da pena, elaborar artigos em datas específicas: da Revolução de Outubro, aniversário de Marx, de Lenin ou de Stálin. E tornou-se um poliglota: anos mais tarde, nos anos de chumbo, viria a sobreviver fazendo traduções.

      Sua trajetória de militante é meteórica. Investigado pelas autoridades da Guanabara e de Minas, e considerado elemento altamente subversivo, é negado o visto em seu  passaporte, frustrando sua ida na 1ª turma de brasileiros à Escola de quadros de Moscou (Komsomolskaya). Mas soube usar bem este lapso temporal em território brasileiro, alavancando, como um dos signatários do Protocolo de Estocolmo, a luta pela paz e a não proliferação de armas atômicas. Já em 53 e 54, torna-se um dos responsáveis pelos Informes ao IV Congresso. Seus informes são publicados na Revista Problemas. Em 54 já compunha o CC, como membro titular.

       Enfim, na primavera de 55 é enviado a Moscou para estudos.


Jover  segurando a bandeirola brasileira em Moscou
        Neste período, já era quadro prestigiado, teórico e formulador, tanto que teve seu curso abreviado em um ano, chamado às pressas ao Brasil por Diógenes Arruda, para apagar o incêndio nas hostes comunistas, que a esta altura tomava conta de toda a estrutura partidária, em função da implosão do Kominform e das denúncias de Nikita Kruschev. Suas intervenções foram fundamentais para manter temporariamente a organização partidária coesa com a depuração em suas fileiras de elementos hostis.

      Em suas teses, foi um dos primeiros a defender intransigentemente a intensificação do trabalho partidário entre as mulheres e a inclusão nominal destas no órgão central do núcleo dirigente, até então excludente.

       A esta altura já tinha publicados sob o pseudônimo de Luís Telles (por vezes Jover Teles), inúmeros artigos e teses em órgãos oficiais e veículos de massa como a Tribuna Popular, Imprensa Popular, Voz do Povo e outros.

        Mas é em Novos Rumos, hebdomadário comunista, que se dedica a acompanhar o curso das lutas operárias e sindicais no Brasil e torna-se o mais importante cronista sindical(e ainda o é), pois além de retratar os fatos fazia sua análise científica à luz do Marxismo, imprimindo suas observações como ‘um norte’ para novas ações do proletariado: era a bússola, a faísca e fio condutor simultaneamente. Um dos mais importantes capítulos descritos por Jover foi o da célebre greve geral do 5 de julho. Reuniu todas estas crônicas, compilando-as em uma brochura, editada em jan/63 pelo Editorial Vitória, sob o título ‘O Movimento Sindical no Brasil’, leitura indispensável até hoje para se conhecer a história da formação do sindicalismo brasileiro. Tão importante que 20 anos depois, foi reeditado em 1983 pelo livreiro Raul  Marcel Castell, entusiasta opositor ao regime militar (LECH-CienciasHumanas/SP).    

        Sua obra teórica que completou 54 anos, como ele Jover, é imortal ! Encontramo-la nas estantes das principais Bibliotecas do mundo, impressa, em microfilme, ou digitalizada, e reproduzida em três idiomas. De Chicago a Paris, de Londres a Milão, nas mais importantes bibliotecas acadêmicas de Harvard, Cambridge, Stanford, Princeton, Minesotta, e tantas outras. Seus escritos e citações são referencia em centenas de livros sobre sindicalismo e política, e fonte bibliográfica em milhares de monografias, dissertações e teses.

      Fez parte de uma geração de grandes dirigentes comunistas, embora pouco dotados de capacitação teórica. Excetuando-se poucos (como Grabois, Pomar, Kalil Chade, Morena), Jover Teles destacou-se como grande formulador e articulista. Já em 61, com Luchesi, Marighela e Mario Alves, passou a ser voz ativa dentro do Comitê Central do Partido Comunista. Supria(m) em teoria o que faltava ao carismático Prestes. E esta prevalência acentuou-se após a saída de seus antigos camaradas na cisão de 62. [A1] 






 [A1]A cisão de 62, embora necessária, foi um duro golpe à unicidade do movimento comunista no Brasil que fragmentou-se.
       A ele foram confiadas missões das mais significativas que iam desde o acompanhamento nos Estados, passando por infindáveis reuniões de gabinete com o alto escalão de Jango, ministros civis e militares, líderes de governo e com o próprio João Goulart.




     Sua capacitação teórica e intelectual o habilitavam para executar qualquer missão. E as cumpria com esmero. Estusiasta da Revolução Cubana, não descansou um único instante em suas relações diplomáticas. Esteve pessoalmente em Havana com Bras Rocas, Fidel Castro e Che, negociando treinamento de guerrilha a militantes brasileiros. Entabulou negociações com embaixadores de países do Leste Europeu e esteve em visita à China, onde foi recepcionado pelo próprio  Mao Zedong em 63, vislumbrando uma possível ruptura com Moscou de Nikita, que pregava o propalado caminho pacífico, o da capitulação.
                                             Jover e Mao - 1963
                      
                        Jover Teles e Jayme Amorim(Miranda) tomando café com Mao Tse-tung - 1963

Sua importância dentro da estrutura dirigente era tão grande que das 19 cadernetas de Prestes apreendidas, aparece em 18, e citado 153 vezes. Era voz ativa no núcleo dirigente e suas opiniões e decisões acatadas por unanimidade. No processo das cadernetas, o 217/64, é descrito pelo Promotor Militar em 6 detalhadas páginas , atribuindo-se-lhe ter  ‘desenvolvido  a verdadeira atividade de um comunista dirigente’. Neste processo foi condenado posteriormente a pena de 7 anos de reclusão.

Cometeu seus erros de avaliação, como o acolhimento das alterações no Programa e Estatutos partidários. Creio ser difícil entende-lo naquele momento: talvez por ser homem ‘de Partido’ tivesse insistido no erro, a idéia da manter vivo o partido tradicional de 22, seu legado histórico, acreditando que mais a frente poderia reverter a posição majoritária pró-Moscou. O que não ocorreu!

Partidário da via revolucionária, adepto ainda de Stálin e simpático a Cuba, tornou-se peixe fora do aquário no cenário do novo ‘PCB’, a partir de 64.

Sem o grosso de seus antigos pares, juntou-se aos remanescentes, formando a Corrente Revolucionária, que viria a ser expurgada em setembro de 67. Mas não sem luta. Luta de ideias, que era seu forte. Através do jornal ‘O Isqueiro’, travou uma intensa batalha ideológica, mantendo coesa a base militante na GB. Em sua declaração de voto  perante o CC, em setembro de 67,  faz de sua defesa contra a expulsão de Marighela um libelo acusatório contra toda a sorte de oportunismo praticado pelo grupo prestista. Reafirma seu ponto de vista tendo Cuba como o centro da Revolução Socialista Latino-Americana, posição que jamais abandonou por coerência e razão principal de suas divergências com os “chineses da Bahia” e os de Sampa também, que romperam com Havana (é fato!)


Em meu entendimento, tanto Jover quanto Marighela pecaram por terem perdido o ‘time’. Romperam tardiamente com Moscou  e ficaram à deriva: o movimento comunista esfrangalhado em várias correntes e o Golpe de 64 em franca escalada terrorista. Reorganizar um Partido Comunista nos marcos da semi-legalidade como foi em 62 torna-se um brinquedinho da Leco, diante das agruras de faze-lo sob o tacão da mais feroz repressão e sob a égide de um AI-5. Eis o grande mérito de Pomar, Grabois e Amazonas : acharam o ‘tempo exato’ para a ruptura com Moscou (mas acabaram cometendo erros mais adiante na questão do Araguaia, da China e principalmente sobre a APML).

Sem eira nem beira, sua passagem pelo PCBR foi efêmera, três meses apenas, até se dar conta que era uma canoa furada, e não serviria aos propósitos seus de forjar um destacamento proletário. Lança pelo ‘Isqueiro’ uma extensa Resolução entitulada  ‘Um reencontro Histórico’, onde traça as etapas da Revolução no Brasil, a aproximação com Cuba, e sobre a concepção pequeno-burguesa deste grupo. Faz uma auto-crítica sincera aos antigos camaradas, mas deixando clara sua divergência quanto ao tipo de luta armada mais adequada no caso brasileiro. Neste período que permeia o golpe e sua saída do PCBR, manteve-se sempre conectado a Arrudão , velho camarada do núcleo duro. Isto era comum entre velhos camaradas: Lincoln Oest , por exemplo, mesmo após romper com o PCB, mantinha encontros regulares com Prestes, camarada de longa data, sem que isto configurasse uma ‘traição’.

E assim surgiram a sua frente dois únicos caminhos a optar: o caminho solitário do bravo guerreiro Carlos Marighela (por quem tinha grande apreço) ou se deixar aliciar por um velho camarada, Diógenes Arruda, e se rearticular na organização mais coesa à época: o PCdoB.
              Dyneas Aguiar, Jover Teles(ao centro) com Henver Hoxha (presid. Albânia) - 1969

Acolheu a segunda opção. Foi, mas não foi só. Levou consigo entre outros Lincoln Bicalho Roque, Armando Fructuoso, a misteriosa ‘Hilda’(que foi silenciada anos mais tarde) e seu séquito de aproximadamente 400 quadros militantes da Guanabara, fiéis à ideia da Revolução e a seu dirigente maior, que aguardavam desde 67 em compasso de espera, para onde ele seguiria.

                                                    a TROPICÁLIA MAOÍSTA

Na condição de quem chegou atrasado para a festa, Jover foi excluído de todo o processo de discussão e acompanhamento do foco guerrilheiro, que em 67 já vinha estruturando-se na região do Araguaia por meses. Ainda assim, apesar de certa oposição, logo compôs o núcleo dirigente e  com as mortes de Grabois, Guilhardini e Danielli, a Executiva do CC a partir de 74,.

Mas não era mais o Jover de outrora, prestigiado, unanimidade. Ao pegar carona no último vagão em movimento chegou sem força e não pôde se opor, melhor dizendo, não conseguiu prevalecer seu cuidar opositivo’ à incorporação da AP ao PCdoB: um grupo revolucionário estruturado a nível nacional prontinho para o consumo: tratava-se de “um negócio da China ... mas só para chinês” . A História recente comprova Ito ! Este processo de incorporação levou quase 5 anos até o bater do martelo. Talvez esta sua resistência à incorporação seja o maior motivo da aversão, dos ataques levianos e raivosos contra si, desferidos pelos dirigentes de AP, capitaneados pelos baianos  Renato Rabelo e Haroldo Lima[A1] 


         (   DEU NO QUE DEU !!!  )





 [A1]**( ambos amealharam junto à Comissão da Anistia, do MJ, o equivalente a R$994.600,00 e somados muitos anos para efeitos de contagem para aposentadoria.(ver últimos anexos ao final do texto).no rumoroso episódio dos “Fura-fila do Renan”


Destacado para acompanhar o Rio,Guanabara [A1] pelo CC e como dirigente regional, era querido e prestigiado pela militância. Juntamente com Fructuoso, acompanhou de perto a criação do organismo de juventude, a UJP. 





 [A1] [A1]Seu amor pelo Rio era incomensurável, tal como sua contemporânea, a gauchinha Adriana Calcanhotto. Sempre resistiu à ideia de viver na terra da garoa. Ele não gostava de dias nublados.


 
Mas enquanto Caetano, Gil e Gal digladiavam-se com a bossa e a jovem guarda nos palcos dos festivais, surgia no cenário político brasileiro pós-64 a“Tropicália Maoísta ” e suas práticas pequeno-burguesas. direto da sacristia de Nosso Senhor do Bonfim : a APML, do B, autentico pé de pica’ ![A1] 






 [A1]O mais puro sincretismo estético da cultura “marxista” sino-soteropolitana
...com o ingresso gradual da AP (Ação Popular) pós-71 , e suas práticas liberalizantes, começam a acontecer as quedas em todo o Brasil, particularmente no Nordeste, área prioritária na atuação de resistência dos novos-caetanos, isto é, dos novos comunistas- os cristãos. Quedas no Maranhão, em Pindaré-Mirim e Santa Ines, no Ceará, em Sobral e Crateús, no Piauí, e na região do Bico do Papagaio, em Goiás. Exatamente as áreas que serviriam como apoio logístico ao comando guerrilheiro no Pará. A AP(Ação Popular) forneceu grandes quadros, que se tornaram (alguns)  comunistas ‘de fato’, mas enquanto agrupamento ideológico era(e se perpetuou até os dias de hoje)  como um ‘corpo  estranho’ dentro do destacamento de vanguarda da classe operária.
E é a partir destas quedas em massa dos novos aderentes, é que a repressão consegue golpear a organização tradicional dos comunistas. Tendo à frente o Gal.Moniz Bandeira, a repressão desfecha duros  golpes em Goiás e no Sudeste. Desvenda o mistério e a localização do grupamento guerrilheiro. Início de 1973 captura e mata sob tortura Carlos Nicolau Danielli  ‘que fazia exatamente a ponte entre o PCdoB e o pessoal da AP desde 71’ (?????_). Faz uma devassa na estrutura organizativa da Guanabara: direção regional e movimento estudantil passam a superlotar as celas da Guanabara. A velha guarda foi sendo aniquilada: Luis Guilhardini, Lincoln Oest, além de Maurício Grabois, José Humberto Bronca e outros, lá no Araguaia....
Coube a Jover Teles, completamente isolado, sustentar e manter vivo o Partido Comunista no Estado, na mais absoluta clandestinidade. Ao escapar ileso de certa emboscada em fins de 69, havia renunciado ao convívio da família, e também ao seus elegantes ternos dos tempos áureos da diplomacia comunista, das viagens internacionais, dos palanques.
1974, com uma surrada camisa xadrez, seu óculos fundo de garrafa, barba por fazer e com um olhar sempre cansado: este foi o Jover que eu conheci. Morava no subúrbio, num sobradinho da rua Goiás, em Quintino, certamente bem diferente de seu antigo apê da São Salvador, na zona sul. Janelas fechadas, me recebia com muita brevidade, não mais que 10 minutos. [A1] Curto e grosso, porém didático me dizia pausadamente, em voz sussurrante, onde entregar a encomenda, a quem, como faze-lo e como me desfazer da encomenda caso fosse interceptado. Eram víveres, mantimentos, papéis, livros, e creio que dinheiro também, enrolados em jornal dentro de sacolas de papel das casas Sendas(ou da Banha, não lembro ao certo). Eu as entregava a perseguidos políticos, homiziados em vários pontos do interior: Itaboraí, Rio Bonito, Cachoeiras de Macacu e Silva Jardim. Olhava para ele que lembrava meu pai, sempre estressado e com o olhar de cansaço. Eu nem fazia idéia  que tratava-se de um dirigente de comitê central de sei lá quem. Para mim, ele era como eu: apenas um colaborador da resistência. E só !





 [A1]O suficiente para me passar as recomendações: Faça isto, não faças aquilo, não sabes de nada !

              MASSACRE da LAPA
Eis que por volta das 7 horas do dia 16 de dezembro de 1976, uma tragédia iria mudar completamente o destino de Manoel Jover Teles e manchar sua reputação. Depois de uma campana de meses e informações levantadas em conjunto pelas equipes do DOPS (o DOI-CODI) e o serviço de inteligência do Exército, a casa 767 da Rua Pio XI, na Lapa , onde funcionava o núcleo dirigente do PCdoB finalmente fora cercada e após fuzilaria um saldo de três dirigentes mortos: dois no local, Arroyo e Pomar. Um terceiro, Drummond, capturado e morto sob tortura, além de seis outros presos. Da operação escaparam da perseguição policial 2 dirigentes: José Novaes e Jover Teles. Mas além destes outros : Sergio Miranda e Péricles de Souza, que não se encontravam no local(e mais outros dois).
Sérgio, ou Zecão, ou baiano[A1] ,






 [A1]Jover garantiu que fora ele, o baiano, que não cobriu o ‘ponto’ no Rio, como combinado, por duas vezes(set/76)

Péricles (e aqui não há nenhuma ilação de minha parte), alegou sua ausência à fatídica reunião da Lapa pois o orelhão[A1]  perto de sua casa(na Bahia) não estava funcionando naqueles dias !!!



 [A1]Pg 118- Péricles “...Péricles de Souza não estava na reunião da Lapa. Mas deveria. O telefone em Salvador, em que receberia a confirmação da data ...., ficou alguns dias fora do ar.”

Trechos do livro ‘Vidas, veredas: Paixão’ de Luiz Manfredini


  Sobrou para quem?
Jover Teles, o Rui ! (que não era baiano)
Mas pera aí! Rui era seu nome de guerra, o mais usado nos tempos de PCBR, como T.J.Paulo usado nos idos do PCB. E havia no Rio de Janeiro um outro ‘Rui’ .
Sei dizer que junto a seus camaradas, Jover Teles(o Jota) era tratado como ‘OLIVEIRA’ ou O¹, ou Oliva. O mesmo Oliveira, incumbido pelo CC, em setembro/76, para elaborar uma mensagem de condolências pela morte de Mao Zedong. Afinal, o delator era o Rui ou o Oliveira?
(vide arquivos secretos da Guerrilha do Araguaia, também  em temática  Archives.marxists.org)
Contra ele, de concreto, apenas um passaporte com foto recente sua (???) [A1]  “visto” por W.Pomar na prisão e o fato de ter sido localizado ‘vivo’ em 79 por um antigo camarada gaúcho, o Elói Martins. E só. Se, sobreviver à sanha da repressão for crime, todos estamos condenados!





 [A1]NA CASA 767 da Pio XI foram apreendidos dezenas de passaportes e certdões frias de vários dirigentes
Segundo Eloi, Jover lhe passou uma extensa carta-relatório a ser entregue (e o foi) ao Comite Central, onde apontava detalhadamente as falhas na segurança que propiciaram às equipes de Fleury chegassem até a Pio XI, questionava procedimentos e ‘comportamentos’, fazia críticas ao Relatório Arroyo, levantva a suspeita sobre o verdadeiro delator (seria um ‘baiano’) e justificava seu afastamento em função de grave doença na família e sua também (sofria da próstata e sua mulher com câncer , bem avançado). Mas nem nisso foi poupado: alegaram ser dissimulação de sua parte. Sua esposa faleceu 7 anos mais tarde.
E que fim levou esta carta?
Estaria trancada a 7 chaves na gaveta do blogueiro RR ?  Mas em tempos de “Direito à Memória e à Verdade” porque não abrir esta caixa-preta para ser periciada também? Que revelações tão comprometedoras podem estar contidas nesta carta-relatório que impeçam sua divulgação ? Mais grave ainda foi terem acolhidas como verdades, as declarações de um general fascínora, o bestial Leonidas Pires. o mesmo que afirma que Herzog era fraco,despreparado e que cometera “suicídio”[A1] 



(<iframe width="420" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/xjDj7qqtWNg" frameborder="0" allowfullscreen></iframe> )
Ver também:
<iframe width="420" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/7FlRXYEI_bI" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>
Mais recente surgiram os tais “Arquivos secretos” da Guerrilha enxertando no relatório do CIEX, o REI 1/77 sobre a guerrilha, um suposto “depoimento cordial” de Jover à repressão. O mais urrioso, para não dizer tendencioso, , é que eitem ´rias depoimentos divulgados por militantes na grande imprensa, e todos eles refutados pela esquerda como sendo forjados pelos órgãos de inteligência para denegrir a conduta dos presos políticos, como no caso de Breno(Beto), Apolonio, outros. Porquê somente o tal depoimento cordial de Jover seria verdadeiro? Somam-se à grande mídia, leia-se O Globo e Veja, os generais e a turma da AP : um casamento perfeito !
... suprimiram-se os depoimentos de Haroldo Lima e outros, denunciando as atividades do até então camarada Jover Teles, citado por eles 36 vezes no processo do STM, o 1253/77 (e IPM 119/76), isto já em 19 e 23 de dezembro de 76. [A1] Entregaram a rapadura: nomes, endereços, atividades, etecoetera e tal.



 [A1]As suspeitas contra Jover só foram levantadas em fevereiro, quando os presos foram retransferidos para São Paulo, e no entanto, durante os depoimentos colhidos em dezembro, no quartel da PE do Rio, ‘todos os 5’ o denunciaram aos interrogadores. Afinal quem é o delator ?
Não apresenta ainda o relatório preliminar do CIEX 12/76, onde há o detalhamento da campana sobre os passos de Elza Moneratt por 5 (cinco) longos meses. Não  leva em consideração os depoimentos de Criméia, de José Novais e de Hilda.
Acusam-no de ter tido comportamento agressivo na reunião fatídica, com críticas exasperadas contra a Comissão Executiva: “... destoou sua intervenção” afirmou um de seus detratores , o também baiano Haroldo Lima. Mentira ! Em seu próprio depoimento no IPM 119/76,  Haroldo cita Jover “ acolhendo as propostas de Pomar  e fazendo uma simples crítica em relação ao editorial de A Classe Operária”, descrevendo como duras críticas as que partiram de Drummond e Wladimir Pomar.      



E ....[A1]                                                                             



 [A1]... foi esta postura critica de Drummond  que lhe custou a própria vida

Este Haroldo Lima(codinome Zé Antonio) é o mesmo que nesta mesma reunião vociferou contra a honra de Armando Fructuoso, morto um ano antes sob a mais brutal sessão de tortura. O que esperar de quem faz lobby com Renan para ter seu processo e da trupe feminina de AP no ‘fura-fila’ da Comissão da Anistia? que mente perante a Comissão de Julgamento, alegando ter sido perseguido a ponto de abandonar o emprego[A1] . Mentira, outra vez ! Demitiu-se da Coelba para trabalhar na roça e atender a dois propósitos: a determinação da AP pela proletarização de seus dirigentes e sua viagem à China para curso político-militar.   É um escroto !                                       





 [A1]Pg 47 – “...No 2º semestre de 1967 a AP ...enviou uma primeira turma à china ,”(entre eles Aldo, Renato e Haroldo)

Pg 54 – “ A partir de 67 – até meados de 1970, a AP realizou um amplo e radical movimento de integração de quadros e militantes na produção”

(Vidas, veredas e paixão)
Segundo os ‘sobreviventes’, graças a Joaquim Celso ter relatado o que ouviu no momento de sua prisão, os agentes transmitindo pelo rádio “...podem prosseguir a operação”, [A1]  não seria possível chegarem às suspeitas sobre o suposto delator:  Jover !



 [A1]Informação tão valiosa, imprescindível mesmo para a descoberta do traidor  que nem mesmo o detalhista Jaques(Joaquim Celso) não cita este fato ao narrar o episódio. Leiam as pgs. 188 e 189. Atribuiram a ele o que nunca falou !!!!
(Navegar é preciso: docvirt.BNM)

Afirma ainda que o delator desconhecia a ausencia de Amazonas, em viagem à China.[A1]  No entanto, conforme atestam os docs. apreendidos na Pio XI, era pública sua ausência, com previsão de retorno para fevereiro de 1977. Portanto, é pura falácia deste baiano tão acostumado a mentiras.



 [A1]Pg 121, - Renato “em fins de 1976,nova missão: mudar-se para Belém. Mas ele não permaneceu em Belém mais que dez dias, pois já estava escalado para acompanhar Amazonas em viagem à Albânia”.

Ver em Vidas, veredas e paixão

Teria Jover faltado aos dois encontros no Rio em setembro ou foi seu contato (o baiano) é que não teria coberto o ponto como o combinado? Segundo Novaes, Jover havia se queixado pelo furo de baiano, que o deixou a descoberto.
E é certo ter sido o aprisionamento de Jover Teles, após a queda da Lapa, e não antes. Jover ao se apresentar à reunião não apresentava nenhum vestígio estético ou físico que denotasse ter sido preso anteriormente. É impossível que um preso político (e quem já o foi vai me entender), possa apagar as marcas da violência estatal em tão curto espaço de tempo. E tão contraditório ainda ser preso três meses antes e só prestar depoimento, e de forma espontânea , somente em 8 de dezembro. Com essa até Kate Lyra diria: Militar é tão bonzinho!
É sempre mais cômodo ter um ‘boi’ para lançá-lo no rio às piranhas e salvar todo o rebanho!
O tal “depoimento cordial” mais parece uma adulteração grosseira de algum depoimento colhido a qualquer tempo, até mesmo pós-16 dezembro, e enxertado com fontes compiladas dos materiais apreendidos na casa da Pio XI. Detalhes que naquela data eram do desconhecimento do próprio Jover, isolado no Rio desde fins de 72. Afirma o suposto depoente não lembrar se o CC se reuniu no ano de 1972 !!! [A1]  Portanto...



 [A1]“Oras, basta pegarmos o livro ‘Navegar é preciso’ em sua pág.185 e lermos o que diz Joaquim Celso: Todas as reuniões em que Jover, Guilhardini e Danielli varavam a noite ”eram os últimos a sair das reuniões do CC, já clareando o dia, isto em 72 ! E pelo que consta nos anais Danielli morreu bem no início de 73.

Traz uma riqueza de detalhes sobre o Araguaia de impressionar, que ele era desconhecedor. Na pseudo-degravação do depoimento quando se refere ao coletivo dirigente, o CC, está quase todo na 3ª pessoa do plural, ‘eles’, ‘deles’, como alguém ‘de fora’ fazendo o relato e usando um linguajar de ‘puliça’, que contrastava com a erudição de Jover[A1] : afinal se o depoimento foi “cordial”, porque mudar o tom de voz? E mais, surgem termos só utilizados por quem é das forças de segurança. Cita o “683”, numa clara referencia ao avião ingles Avro Lancaster , e “702/703” , possivelmente os rifles Mossberg .





 [A1]usa até a expressão ‘pôrra’

Ainda no tal depoimento cita “um tal de Osvaldão”[A1] , morto e decapitado em 73, afirma desconhece-lo !!!! O sujeito, Jover, era membro do CC desde 46, dirigente na Guanabara desde os anos 50 e não conhecia Osvaldão(???) um negão de 1,98 e com um pé 48, ex-boxer do Botafogo, enviado a Tchecoslovaquia em 59. Com estas características Osvaldão era inconfundível, difícil de passar despercebido a um dirigente. Osvaldão, perdoem a expressão, era mais conhecido que couro de pica ! Só pode ser brincadeira não é?





 [A1]Pg 39  - Dyneas em Pequim abr/64 “... dentre os poucos que conhecia estava um negro de quase dois metros de altura que conheceu nos tempos da UJC . Oswaldo Orlando da Costa, o milico Osvaldão.(trecho do livro Vidas, veredas e paixão)

O ‘”suposto” delator não tem noção do que fala  com total desinformação, diz que: o único feito foi em Maguari, e acha que fica no Amazonas...(Maguari  fica  a 560 km de distancia da área conflagrada)!!!
Definitivamente, aquele depoimento não pertence a Manoel Jover Teles, o OLIVEIRA !
E para finalizar sobre este tal depoimento cordial, me atrevo a dizer que ele foi redigido sob orientação do Brilhante Ustra, que tinha como costumeiro citar ‘caça aos patos’, manobra militar de cerco e aniquilamento do inimigo, bem semelhante ao ocorrido no Araguaia: ‘ patos chineses’, está aqui no ‘tal’ depoimento !            
Por sinal, Ustra, que é um mentiroso contumaz, procurado pelo jornalista José Mitchell, deixou escapar nas entrelinhas que era preciso desacreditá-lo, a Jover Teles, último dirigente cascudo, das antigas, que permanecia vivo em território nacional, em 76. Grabois, Arroyo e Pomar mortos, restavam Duarte, Arruda, Amazonas, Giocondo, Prestes e Apolonio no exílio. Por isto a disseminação do boato sobre a suposta delação de Jover, e com um agravante: por dinheiro. “150 mil cruzeiros” afirmara o general, o quanto pagou pela consciência do delator.[A1] 





 [A1]Jover viveu dias de muita dificuldade com a família, tocando um brechó(bazar) em POA no final dos anos 70. Ao final da vida Manoel Jover Teles tinha como bens um fusquinha enferrujado.


                General, volte às pantufas, bradam os blogueiros... mas desde        que mantenhas de pé esta versão mentirosa !
A  aceitação desta tese é conveniente para ambos os lados: de um lado ao Exército que tenta desmoralizar a ideologia marxista atribuindo aos comunistas falta de escrúpulos, fraqueza de caráter, e ao mesmo tempo, descaracterizando-se de ter praticado um ‘crime premeditado’, hediondo, elaborado, planejado e industriado durante meses, que vitimou covardemente a Pedro Pomar, Angelo Arroyo e João Baptista Franco Drummond. De outro lado aos sobreviventes de AP, encastelados como absolutos, escamoteando a verdade, seus erros , e camuflando as feridas não cicatrizadas a partir das divergências geradas pela divulgação, à revelia, do relatório Arroyo, avaliação equivocada sobre a experiência guerrilheira: guerra popular ou blanquismo ? guerra popular ou particular, sem as massas ?(palavras de Pomar)[A1] 





 [A1]Este foi um dos questionamentos surgido dos debates de avaliação do Araguaia no próprio CC

Ver Archives.marxists.org/temática
Não fosse o suspeitíssimo mal-súbito de Diógenes Arruda, em dezembro de 1979, que não admitia a hipótese da delação de Jover, certamente esta questão da Lapa e as dúvidas surgidas teriam sido dirimidas , com uma criteriosa análise e investigação. Mas ...
A aceitação desta tese da “delação” de forma passiva pela militância é um ato de covardia, de subserviência e submissão aos ditames de meia-dúzia que não representam o histórico legado da vanguarda da classe operária. É o Império de ‘Bento que Bento é o Frade’ .... senão levaremos bolo !
Hoje é sabido que , de fato, Manoel Jover Teles foi preso, sem ter-se precisão na data em que ocorreu, mas  que durante seu cárcere enfartou, o que nos leva a questionar se ocorrera após a queda da Lapa, pois seu aspectoérrimo o denunciaria perante os companheiros da fatídica reunião . Abrir link ao final do texto, e ver a foto abaixo:
foto de seu passaporte datada de 1976 tirada meses antes da queda da Lapa
Os 40 anos de incorporação da AP ao PCdoB , representaram um duro golpe à construção do ideário marxista no Brasil. Um retrocesso, transformando o Partido Comunista em partido  cujo foco de atuação prioritária tornou-se o movimento estudantil e o Parlamento, ambos  de origem não proletária. Como saldo e grandeza, a ‘tropicália maoísta’ conseguiu ainda forjar nestes 40 anos, grandes quadros teóricos, como os grandes ideólogos marxistas contemporâneos, os sambregas .
A cor do carvão, a da exploração brutal sobre os operários das Minas do Butiá, Arroio e São Jeronimo, é a mesma que tinge as acusações infundadas e levianas dos detratores de Jover Teles , os velhos-baianos fantasiados de vermelho.
A Assembléia Legislativa do RS já restituiu simbolicamente seu mandato parlamentar.
E eu aqui reverencio sua memória.
Mas isto é muito pouco para um imortal: está faltando devolverem-lhe a honra maculada por sicários e flibusteiros da pior estirpe.
Infelizmente a Comissão Nacional da Meia Verdade nada apurou, apesar de ter sido enviado requerimento em 06 de março de 2013 para que se estabelece-se por completo a verdade sobre a Chacina da Lapa.

ID de rastr.:

TUV-YD3-BTVJ (Número da solicitação: 94)

Status da solicitação:


Criado em:

06-03-2013 08:21:09

Atualizado:

06-03-2013 08:21:09

Último remetente:

Alberto Nascimento dos Santos

Categoria:

Pedido de Informações
Queremos saber onde está a CARTA-RELATÓRIO[A1]  de Jover Teles!





 [A1]ENVIEI UM EXPEDIENTE À COMISSÃO NACIONAL DA MEIA VERDADE COBRANDO TAMBÉM EXPLICAÇÕES, FAZENDO REFERENCIA À SOLICITAÇÃO Nº 94
Que se abra esta caixa-preta ! Por enquanto vai o meu brado quase solitário:
Vivas a MANOEL JOVER TELES, o MANOLO, operário, comunista, cronista, poeta e amigo dos povos . O maior cronista sindical de todos os tempos.
                        Quem é lembrado não morre jamais !
                          Rio de Janeiro, 28 de julho do 95º ano de nascimento de Manoel Jover Teles. 
                                                                     Alberto N. Santos
  
                   Tatuagem - da peça Calabar ( de Chico Buarque e Ruy Guerra)
Tese - Manoel Jover Teles: Além da traição e o Comunismo do Brasil no séc.XX

Tese  clicar no link abaixo   .
































2 comentários:

  1. Só agora vi seu post. Fazia tempo que eu não olhava os relatos dessas lutas. É triste demais. Muita filhadaputice impune. Que aconteceu desdde então? Alguma novidade a respeito?
    Você vê, o Pecedobê tem que agradecer ao gal. que o ajudou tanto a saber quem era o delator...Como você diz, que homem tão "bão".
    For Christ sake. Acorda pecedobê e desfaz tua injustiça.

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  2. obrigado pelo comntário Luiz. Um dia a verdade aparece. Abraço

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