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segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

O que os números não mostram e coisas que não vemos : o que fazer ?

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                          Sinopse : sobre o governo petista                          (por Carlos Fernando Galvão)

Quem tiver estômago para conhecer algumas informações pouco divulgadas sobre o governo petista, leia abaixo. Se você gosta de um bom debate e não se incomoda em ler coisas que, eventualmente, em princípio, lhe desagradem, peço-lhe a gentileza de ler o que escrevi. Se você, entretanto, for mais um a babar na gola da camisa quando confrontado com fatos que, muitas vezes, o seu preconceito não o deixa reconhecer, então não leia o que aqui escrevo: vá ler o seu horóscopo, que, neste caso, está mais ao seu gosto e nível intelectual.

Fui petista de 1989 a 2003 porque acreditava que tínhamos um projeto de sociedade, para muito além de um projeto meramente de poder político. Desfiliei-me em 2003 porque continuo de esquerda. Já o PT... Meu ex-PT errou muito na política, justamente porque despolitizou a boa política, descaracterizando suas ações e aderiu com gosto à má política, ou seja, àquela tradicionalmente praticada. O primeiro a falar em compra de votos, no Brasil, chamou-se José Bonifácio de Andrada e Silva, chamado Patriarca da Independência. Aliás, na História humana, se tem notícias disso desde Calígula, comprando o Senado Romano, mas sei que é demais exigir que nossa “mérdia” entenda de História humana e mais absurdo, ainda, talvez, fosse esperar alguma ponderação aos pequenos burgueses que só se interessam por suas vidinhas medíocres. A sede de sangue corre solta e os nossos udenistas alienados de plantão andam com as manguinhas de fora, talvez com saudades da milicada ou ainda esperando que o liberalismo capitalista traga suas benesses de bom grado. Bom, como disse, não sou petista há 10 anos e não estou aqui, para defender os Dirceus da vida. Mesmo chamando a atenção para o fato de que nossa direita conseguiu a reeleição de FHC com votos comprados e não investigados, mesmo lembrando das mamatas das privatizações tucanas que, além de tudo, mesmo prometendo abater dívida pública, a decuplicou, não esquecendo que o tal do mensalão é da direita tucana de minas (convenientemente abafado pela imprensa – e cadê as vociferações urbanas contra a prescrição desse crime?) e por fim, ainda que casos como o do Metrô de São Paulo seja, em termos de desvio de verbas públicas, muito maior do que o mensalão petista, repito, não sou petista e o que a antiga cúpula dirigente fez de errado (não foi todo PT) tem sim, que ter punição. Contudo, como não sou alineado, não sou um pseudo-moralista radical e não comungo do preconceito de classe que impera (mesmo que digam que isso não existe), gostaria de oferecer, a quem chegou aqui, mesmo discordando do que falo, alguns elementos para reflexão, especialmente para entender o porquê de Lula ter saído do governo com 87% de aprovação e o porquê Dilma está na frente e, se não houver um desastre mundial na economia, deverá ser reeleita. A gestão macro-econômica anda com problemas, é fato, mas um país é muito mais do que as planilhas do Banco Central e o que tem acontecido de ruim afetam muito mais a classe “mérdia” urbana do que o povão. Eis aí a origem de tanto preconceito e raiva: como as classe muitos ricas continuam ganhando muito, alguém tem que pagar a conta... 

Alguém já ouviu falar do programa “Caminho da Escola”? Possivelmente não. Então informo que este programa do governo federal petista, que funciona desde o final do segundo governo Lula, de 2009 pra cá efetivamente comprou e pos à disposição dos mais pobres, 26 mil ônibus para o transporte escolar, em mais de 4.700 cidades brasileiras (o Brasil tem pouco mais de 5.500 municípios). Se cada ônibus carregar, apenas, 40 crianças (no interiorzão carrega mais), são mais de 1 milhão de crianças transportadas, gratuitamente, pelo governo petista, para a escola. E isso impacta, positivamente, a vida de toda família, até porque, o Bolsa Família a programas de apoio financeiro similares só se mantém com a freqüência escolar. Mas a grande imprensa não dá repercussão a isso, não pondera isso com o que foi feito no mensalão e fica parecendo que o governo petista se limita a “aparelhar o Estado”, como, inclusive, nenhum partido, na História humana, em qualquer lugar do mundo, não fizesse o mesmo! E o programa “Crescer”, alguém conhece? É um programa, não de apoio financeiro, que quem tem emprego, nas grandes cidades, que o profissionais liberais que vivem achando que é dinheiro gasto inutilmente porque eles trabalham enquanto outros “receberiam esmola” (santa ignorância!), mas sim um programa de microcrédito que existe desde 2005 e já financiou pouco mais de 3.5 milhões de pessoas. O Pronaf não é uma invenção petista, mas nos governos Lula-Dilma, financiaram a lavoura familiar, de pequenas propriedades, responsáveis por mais de 60% do abastecimento alimentar das mesas dos brasileiros, inclusive dos que só querem saber do emprego do Dirceu para dizer que é um privilegiado por estar preso em regime semi-aberto (!). Se a inflação aumentou no setor alimentar, seria muito pior, não fosse essa ação do governo petista. O Pronatec, no setor educacional, já financiou estudos profissionalizantes para alguma coisa entre 4 e 5 milhões de estudantes secundaristas das classes mais baixas. O programa “Minha casa, minha vida” já entregou mais de 1.3 milhão de casas, coisa que não interessa às classes urbanas bem nascidas, mas que para o povão é essencial e já tem, daqui até o final de 2013, mais de 1.5 milhão contratadas. Pra fechar, os moralistas udenistas urbanos têm planos de saúde e não usam o SUS e nunca ligaram muito para o brasileiro deste sistema único (único no mundo, digas-se de passagem e aqui vai a contribuição de vários governos passados e não apenas petistas), mesmo que falho. Então, condenam o Programa “Mais Médicos” que, até o presente momento, já ofertou mais de 13 mil médicos, que já estão tratando de mais de 45 milhões de brasileiros pouco ou quase nada assistidos. 

Mas pra quê reconhecer isso tudo, não é? O que são esses fatos de um governo que, com todas as suas mazelas, melhorou, efetivamente, a vida da maioria pobre deste país, perante o fato de houve compra de votos? Erraram, alguns petistas? Que paguem! Já estão condenados, bola pra frente. Mas fizeram o melhor governo desta país em décadas. E apesar de ter desejado um governo mais à esquerda, e não ao centro, como o PT fez, e a despeito do mal que fizeram ao anestesiar muitos agentes políticos, cooptando-os em nome de um projeto de poder, mais do que político de transformação social, o PT fez um excelente governo, mas não para a classe média, não para a imprensa, não para a parte mais ideológica dos ricos que nunca perdoaram que um torneiro mecânico fez isso tudo, não para empresários que choram o tempo todo por mais benesses. O PT fez um governo de centro, infelizmente, baseado na velha política e como o pecado do pastou é sempre tido como mais grave do que o pecado do pecador, está pagando muito caro pelos erros. Mas os acertos, para o povão, foram grandes e ainda que não me sinta mais representando pelo lulo-petismo, não sou ignorante político, não sou preconceituoso ideologicamente e, desejoso de algo muito melhor, à esquerda, reconheço o bom governo que fizeram. 

As informações que ora lhes trago podem ser verificadas, se desejarem, se o seu preconceito deixar. Os fatos estão aí, para quem quiser vê-los. Procure em jornais, em sítios oficiais etc.



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Carlos Fernando Galvão, Geógrafo, Mestre em Ciência da Informação e Doutor em
Ciências Sociais. Presidente da ONG Cidade Viva.

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