Calabar e a insensatez dos censores da ditadura
ser guardião da memória é privilégio dado a poucos. Alguns tiveram a oportunidade, por legitimação, de narrar sua versão da história. Outras tantas vozes foram caladas. E é em 'Calabar, o elogio da traição', que Ruy Guerra e Chico Buarque de Holanda reconstroem essas vozes dando-lhes o direito de se manifestarem, e contarem sua versão. Através do riso e da carnavalização do tema desconstroem o mito Calabar-traidor, questionando o poder do discurso histórico,da verdade absoluta tão indispensável à constituição do autoritarismo.
" Calabar não morreu! como cobra-de-vidro ao ser partida , se multiplica!
Aos quatro cantos o seu corpo
Partido
Banido
Aos quatro ventos os seus quartos
Seus cacos
De vidro
O seu veneno incomodando
A tua honra
O teu verão
Presta atenção
Aos quatro cantos suas tripas
De graça
De sobra
Aos quatro ventos os seus quartos
Deus cacos
De cobra
O seu veneno arruinando
A tua filha
A plantação
Presta atenção
Aos quatro cantos seus ganidos
Seu grito
Medonho
Aos quatro ventos os seus quartos
Seus cacos
De sonho
O seu veneno temperando
A tua veia
O teu feijão
Presta atenção "
Aqui o energúmeno do censor , deve estar procurando até hoje a letra de Prólogo "instrumental"
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